NOVELAS



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JORGE MOURINHA
O que explica também em grande parte o êxito das novelas da TVI é uma coisa chamada hábito. Que o mesmo é dizer: a pessoa liga o televisor e sabe que, naquele canal, àquela hora, vai ter um programa de que gosta ou que lhe interessa. Sabe que às seis ou às sete tem os Morangos com Açúcar, depois o noticiário, depois uma novela, depois outra, depois outra; tal como o espectador da RTP sabe que às sete tem o Preço Certo e o concurso do Malato a seguir ao jantar.
Isto é irónico porque todos nos recordamos das “guerras da contra-programação” em que os canais privados mudavam a programação no próprio dia para ganharem a vantagem das audiências — e agora a TVI vive de um bloco non-stop de novelas entre as seis da tarde e a meia-noite no qual não mexe nem por mais uma e que arrasa toda e qualquer concorrência, excepto o futebol. Mas é assim que se ganham as batalhas das audiências: criando hábitos. Não se conseguem de um momento para o outro mas, uma vez criados, são muito difíceis de desfazer — e é precisamente aí que a TVI leva neste momento vantagem: quem a vê sabe o que esperar e não sai decepcionado.

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