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ÚLTIMA CARTA DE VAN GOGH A THÉO nunca me preocupei em reproduzir exactamente aquilo que vejo e observo a cor serve para me exprimir théo: amarelo terra azul corvo lilás sol branco pomar vermelho arles sulfurosas cores cintilando sob o mistério das estrelas na profunda noite afundadas onde me alimento de café absinto tabaco visões e um pedaço de pão théo que o padeiro teve a bondade de fiar o mistral sopra mesmo quando não sopra os pomares estão em flor o mistral torna-se róseo nas copas das ameixeiras arles continuou a arder quando tentei matar aquele que viu a minha paleta tornar-se límpida mas acabei por desferir um golpe contra mim mesmo théo cortei-me uma orelha e o mistral sopra agora só de um lado do meu corpo os pomares estão em flor e arles théo continua a arder sob a orelha cortada por fim théo em auvers voltei a cara para o sol apontando o revólver ao peito senti o corpo como um torrão de lama em fogo regressar ao início num movimento de incendiado girassol Al Berto, em O Medo

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