Ce petit coup au coeur quand la lumière s'éteint et que le film commence.



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O exercício proposto ao espectador em Chacun Son Cinema parece passar pela tentativa de desvendar ao longo da visualização de cada retalho desta manta quem será o seu autor, cujo nome na maior parte das vezes irá surgir apenas no final. Nos dois primeiros retalhos mais ao meu agrado parece curiosamente existir um cerne inspiracional comum - que é Godard: deslumbrou-me com inusitismo a curta de Gonzalez Inãrritu (que não reconheci a não ser ter estranhado a semelhança dos olhos da protagonista com os olhos de Gael Garcia Bernal, habitué dos filmes de Iñarritu, algo que tomei até certa altura como mera coincidência) - neste há Le Mepris; e deslumbrou-me igualmente a forma engenhosa como Atom Egoyan adiciona ou mescla a Vivre Sa Vie novas ficções suas, que depois inteligentemente monta como um puzzle. Gus Van Sant parece continuar a não querer afastar-se da adolescência ao passo que Jane Campion nos dá a conhecer uma bizarra mulher-insecto.
Com Occupations, Lars Von Trier cria o momento alto e absolutamente imperdível do filme e enche-me os olhos com uma violência que dada a situação chego a achar deliciosa (aos fala-barato em salas de cinema é ou não é espetar-lhe com uma martelo na cabeça?) e que chego a pensar vir de Cronenberg. Mas não.
Cronenberg chegará mais adiante com aquele que considero o segundo momento mais alto, interpretrando ele próprio o papel d'O Último Judeu Do Mundo Na Última Sala de Cinema Do Mundo, revelando o seu ponto de vista em relação ao futuro do cinema - a total descrença. Mais que isso, um desespero. Do lado dos positivo-irónicos surgem Bille Auguste com um divertido Last Dating Show, Walter Salles com uma paródia musical em torno do próprio Festival de Cannes (cujo 60º aniversário motiva a existência de Chacun Son Cinema) e por fim Ken Loach satiriza com um pai e respectivo filho que, indecisos acerca do filme que querem ver (se uma comédia ou um com muita acção), optam afinal pelo jogo de futebol, no estádio já ali ao lado.
E Lynch? Lynch fez realmente uma curta que acabou por ficar fora do naipe mas que o youtube gentilmente hospedou. Chama-se Absurda. A esta reconhecer-lhe-ia certeira e rapidamente a paternalidade - não há como enganar. 

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