UM AL BERTO POR DIA NEM SABE AS VERDADES QUE LHE DIZIA - #4



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(excerto com supressões)

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras
era o sol que cegava
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no
coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas
que alguma vez me visite a felicidade





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