SEM TÍTULO.



2 COMENTÁRIO(S)
Subir a rua a pensar tudo quanto ela não é:
- limpa, nova, simétrica, soalheira, habitada - não é. 
Subir a rua a pensar tudo quanto ela não é: 
- não é limpa, não é nova, não é simétrica, não é soalheira, não é habitada - não é. 
E subi-la a pensar que bem me ficava subi-la a fumar um cigarro, se fumasse - e não fumo. Subir a rua a pensar tudo quanto ela não é: - se é suja, se é velha, sinuosa, sombria, abandonada - ela o é.
E subi-la a pensar que bem que me ficava subi-la a fumar se fumasse e não fumo pelo que mais rapidamente chegarei a casa e depois me recolherei a estudar porque "tem de ser" e sentar-me e só pensar que bom que é - que bom é - que o avô não tenha ainda - não tenha ainda decidido morrer - que me não dava jeito nenhum essa morte iminente agora às portas de um exame, que é no verão, saison tão propícia às mais diversas sucumbências aiadas - se bem me recordo.
E admirar-me, ouvindo-me, deste meu pensamento. 
Admirar-me, mirando-me, deste meu pensamento e deste meu enorme egoísmo.
- Já os trago desde que vinha a subir a rua. 
Que é suja, velha, sinuosa, sombria, abandonada. 
                           (ri-go-ro-sa-men-te a mão dele)

2 COMENTÁRIO(S):

Anonymous at: Friday, 12 June, 2009 said...

:)

keyser söze at: Friday, 12 June, 2009 said...

a rua da estrada da mata dda pregueira e muito gira

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